O Edifício da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) foi projetado pelo arquiteto chileno Emilio Duhart e contou com a colaboração de Christian de Groote, Roberto Goycoolea e Oscar Santelices. O edifício, localizado às margens do rio Mapocho, apresenta uma ampla estrutura de concreto armado sustentada por 28 pilares, e um interessante jogo de massas e vazios.
Nesta obra se distingue a horizontalidade, que é refletida claramente nas janelas corridas e nas proporções de seus volumes; e a utilização de materiais próprios do lugar, como a areia e cascalho do rio Mapocho, enfatiando a relação existente entre a obra e seu lugar. A base leste, paralela ao rio, foi escolhida como a área para receber o diálogo entre o interior, montanha e céu através das distintas alturas que permitem uma sorte de “diafragmas que relacionam o interior e o exterior com a máxima efetividade” (Duhart, 1966).
A entrada deste complexo caracteriza-se por uma lagoa oval assimétrica e sua enorme cobertura de concreto. Ao redor da lagoa circulam veículos e ela é atravessada por uma ponte estreita que recebe a circulação de pedestres.
O edifício faz menção à arquitetura tradicional espanhola, já que em sua origem conceitual o projeto propunha um esquema de pátio central com dimensões similares às quadras tradicionais. Forma-se assim um anel de escritórios, de 100 por 100 metros, que demarcam um grande pátio central. Nele estão os lugares comuns para as organizações do edifício; as salas de conferências circulares e o núcleo central de serviços.
Estes ambientes e recintos se enlaçam com o anel de escritórios através de pontes e se sobrepõem dentro de uma estrutura elicoidal, projetada em homenagem às culturas pré-colombianas, que contém o auditório. Ao longo da escada externa, que bordeia e dá forma ao auditório, símbolos que narram a história e a cultura da América Latina foram esculpidos em suas paredes de concreto. No topo, a cidade pode ser apreciada em 360°, como no topo de um vulcão. Fato impressionante é o eco produzido propositalmente, apesar do simples e baixo guarda-corpo, e a iluminação criada graças a um disco invertido de fibra de vidro branco.
Em 2008, foram finalizadas varias obras de remodelação, entre elas a recuperação de amplos espaços abertos nos extremos norte e sul do anel, onde está a praça cívica Carmeleo Soria.